quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O PALHAÇO MANECO (Poema de Isabel Furini - Pinturas de Rogério Dias)

PALHAÇO MANECO (Poema infantil de Isabel Furini)


O palhaço Maneco
dança como um boneco.

O palhaço é narigudo
e também é orelhudo.

Ele tem um barrigão
muito maior que um caminhão.

Ele tem um cabeção
do tamanho de um avião.

O palhaço usa um chapéu
que é muito, muito pequeno.

O Maneco está em pé
e tem pássaros perto dos pés.

Esse palhaço engraçado
 é uma imagem de um quadro. 


Isabel Furini - Contato: isabelfurini@hotmail.com
 


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

PALHACINHO - Poema de Isabel Furini - Tela de Lucy Orquiza

Tela de Lucy Orquiza

O palhaço brinca,
brinca sem parar,
ele só deseja
divertir a criançada
e ouvir muitas gargalhadas.




Mas se ele não ouvir
lindos risos no salão
ele acha que foi ruim
a sua apresentação.

Ele fica triste, muito triste
e muito desiludido
e pergunta sem cessar:
O que terá acontecido?...

Poema de Isabel Furini





quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O Coelhinho (poema de Isabel Furini)

O coelhinho é muito guloso,
para ele até o capim é saboroso.

O coelhinho quer ser cozinheiro
e já conseguiu um lindo chapéu.

Ele brinca fazendo saladas de frutas
com morangos, maçãs e uvas.


Poema de Isabel Furini - Contato: isabelfurini@hotmail.com

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Minha Tartaruga

MINHA TARTARUGA
(Poema inspirado em Manuelo, bichinho de estimação de Alexandra).
Esta tartaruga
é uma andarilha.
Caminha e caminha
sob o forte Sol
e não usa sombrinha.

Ela sempre leva
pra passear
a sua linda casa,
daqui pra lá,
de lá pra cá.

Minha tartaruga
é uma andarilha,
uma aventureira
que come folhinhas
e mora no quintal.

Na Biblioteca
li o livro de quelônios,
e logo percebi,
eu não sou dono de uma tartaruga,
mas de um jabuti. 


Isabel Furini é autora da coleção "Corujinha e os filósofos" da editora Bolsa Nacional do Livro. e-mail: isabelfurini@hotmail.com

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O Livro mágico de Joãozinho (conto)


Conto de Isabel Furini
Recomendável: A partir de 6 anos.



Tudo aconteceu no mês de outubro, quando Joãozinho recebeu um livro de presente. Era um livro encantador. Uma aventura incrível. O livro era tão, mas tão bom, que Joãozinho não conseguiu sair dele. Conseguiu fechar o livro, sim, mas permaneceu preso nas páginas. Nos dias seguintes sentiu-se estranho. Enquanto uma parte dele ia para a escola, brincava com os amigos, jogava futebol, a outra parte... estava no livro. Só pensava nas aventuras, só queria conhecer a terra das bruxas das vassouras vermelhas, enfim, era muito estranho mesmo.

Para entender o segredo, Joãozinho decidiu que era o momento de uma releitura. Na tarde de sábado abriu o livro e novamente ficou encantado. Perdeu-se no caminho das bruxas, e de repente, escutou o chamado de sua mãe. Tentou ir, mas não conseguiu sair do livro.



Hahaha! A bruxa de cabelo roxo, montada numa vassoura de palha vermelha, riu. Agora você é meu! Hahaha! Joãozinho escutou a porta abrir. Mamãe, mamãe – gritou. Sua mãe olhou, só viu o livro sobre a cama, fechou a porta e continuou chamando o filho.

A bruxa Ernestina perseguiu Joãozinho por tantos lugares! O menino se escondeu em um guarda-chuva, e a bruxa bateu apontou com sua varinha. Plimmm plummm, o guarda-chuva quebrou. O menino correu e se escondeu num armário, mas a bruxa encostou sua varinha e, ploct, ploct, as portas do armário se abriram. O menino ficou prisioneiro nesse mundo paralelo. Ele só queria voltar para casa, mas a bruxa não o deixava. Pobre do menino! Tinha que varrer o chão, lavar as xícaras de chá, os pratos e os cinzeiros, porque a bruxa fumava até três cigarros ao mesmo tempo. Colocava um cigarro no canto direito da boca, outro no lado esquerdo e outro ainda no centro da boca. Jogava toda a cinza no chão! Joãozinho era obrigado a limpar o tapete da sala. Nesse lugar não havia onde brincar, não! Nem havia com quem brincar. A bruxa morava sozinha. Bom, morava com um corvo, mas esse bicho não era muito simpático.

Esse corvo não gosta de mim – pensava Joãozinho.




Até que um dia a bruxa solicitou, iriam até a cidade para comprar mantimentos.  Joãozinho ficou no assento de trás do carro pensando, pensando. Quando chegaram ao mercado, enquanto a bruxa comprava repolhos, Joãozinho fugiu e foi até a prateleira de livros que estava bem ao lado das estantes de cadernos. Abriu um livro e fugiu para uma história muito simpática de uma vovó que molhava as plantas, então um vento forte sacudiu o livro... Nesse vento Joãozinho viu a bruxa. Ela levantou a sua varinha, falou algumas palavras mágicas e o menino voltou para a floresta.

Ele tinha que trabalhar no casarão velho e úmido e, como castigo, era fechado no sótão toda noite. Ele escutava a chave. A bruxa Ernestina girava duas vezes na fechadura. Joãozinho tinha medo e não conseguia nem dormir direito. Quando ele olhava para fora da pequena janela só via o bosque. Uma vez viu o corvo espiando-o. Joãozinho começou a chorar. O corvo se aproximou da janela e bateu com as asas. Joãozinho, esfregando os olhos, foi até a janela e abriu.

– Tadinho! Você deveria estar brincando, não trabalhando... Não tem idade para trabalhar ainda – disse o Corvo.

Joãozinho sorriu, por fim podia falar com alguém, ainda que fosse um bicho.

– Eu brincava muito quando vivia na minha casa, lá num bairro da cidade de São Paulo.
– A bruxa foi até lá e te sequestrou?
– Sequestrar?
– Sim, te trouxe à força, você não queria e ela te obrigou...
– Não, não. Na realidade foi um livro que me sequestrou.
– Um livro?




Joãozinho contou o acontecido para o corvo e o bicho, muito esperto, disse que havia uma solução e murmurou algo no ouvido do garoto.

Uma semana depois quando novamente foram ao único mercado do povoado onde vendiam de tudo, de lápis a tapetes, de repolhos a lâmpadas, muitos e muitos produtos, Joãozinho esperou a oportunidade em que a bruxa estava escolhendo cuidadosamente os repolhos, porque gostava muito de repolhos, e queria-os bem verdes, com folhas grandes, e então ele correu até a estante onde dizia "Papelaria", pegou um lápis, abriu um caderno e escreveu: "Quero voltar para minha casa".

Quando abriu os olhos, estava na sua casa.

– Oba! – gritou.

Escutou a sua mãe chamar: Joãozinho, Joãozinho, onde você esteve a tarde toda? Joãozinho entendeu que a dimensão dos livros é diferente do tempo humano. Uma hora para uma criança é tempo suficiente para tomar banho e tomar o café da manhã antes de ir à escola. Já no mundo mágico dos contos, uma hora de leitura pode levar uma criança para o mundo das bruxas, das fadas, dos bichos e outros.

– Desça para tomar um lanche e depois tem que fazer as tarefas. Traga o seu caderno.

Joãozinho pegou o seu caderno novo, que sua mãe havia comprado na papelaria da esquina para as aulas de português na semana anterior, e sorriu.

Sim, o caderno estava em branco. Só dependia do menino escrever coisas belas ou ruins, dependia domenino fazer bons trabalhos. Lembrou-se da vovó, ela sempre dizia que um caderno é como a vida, você tem chances de fazer coisas boas.

Joãozinho levantou-se, foi até a porta, passou pelo corredor e chegou à sala. Lá abriu o caderno e viu uma frase que a professora havia escrito no quadro e ele mesmo havia copiado no caderno: Redação "Quero voltar para minha casa".




Isabel Furini é escritora, poeta e palestrante, autora da coleção "Corujinha e os Filósofos" da editora Bolsa Nacional do livro, Curitiba, e de "Joana, a Coruja Filósofa" da editora Sophos de Florianópolis.
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